sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Tempos




Tic...Tac...
Tic...Tac...
Tic...Tac...
Tic...Tic...Tic
Mil mãos revoltas estrangulavam desmedidamente tão esguio pescoço. Enquanto isto, milhares de milhões de agulhas irrompiam sua sensível pele macia provocando-lhe uma dor delicadamente aguda.
Sete sóis incineravam seus claros e surpresos olhos. Ali estava ele cotorcendo-se de dor, de pânico, mas maioritariamente, de dúvida e espanto...Nisto, vasculhava suas memórias vagas, nesses pensamentos desertos apenas ouvia o gotejar: "tic...tic..tic..."Ingénuo, inocente, aquela criatura recém-nascida despediu-se delicadamente das agulhas, soltou as mãos que privavam os seus desesperados pulmões de ar. Soltou-as gentilmente, uma por uma.
Por fim, vendou-se com um doce turbante negro. E despediu-se, do sofrimento, da angústia e do receio.
O não a um sorriso de lágrimas...
A natureza havia-lhe falhado, por isso mesmo desabrochou uma naturalidade virgem e exótica ...única...
Mas nada pára...Tac...

5 comentários:

A Menina e a Sombra disse...

O meu desagrado apenas me permite dizer que não posso dizer nada.
O tic-tac aborrece-me.

Anônimo disse...

podes claro, não precisavas sequer de perguntar.
negro... eu nunca levei mãos ao pescoço, parece-me cruel demais com todo o corpo, se me beber o sangue do corpo... prefiro outro caminho que não esse.

beijinho.

A Menina e a Sombra disse...

Não vás.

Anônimo disse...

O tempo não para, o tempo é algo relativo.

Leaven disse...

O Tempo não pára....
E como dizia o Einstein: " Tudo é relativo." eu acrescento: Até a própria relatividade.