sexta-feira, 18 de maio de 2007

Relatos de um Hospício!




Quem disse que esta órbita em que todos habitamos não é quadrada?Pois eu o desminto em nome do Cubismo que a todos nós toca e foge, a todos excepto ao lunático que depois de ser tocado, não teve a inteligênciade olhar para o lado errado, conseguindo assim ver o incerto lado correcto que se disfarça não existindo.

Ordenem-me que me cale, e não me calarei. Obriguem-me a falar, e nem uma palavra soltarei. Podem-me torturar, mas não me irá doer se souber que nada vos dei. Façam-me chorar e sorrirei. Os vossos desejos não concretizarei. Desejem-me a morte e sobreviverei. E mesmo que me tirem a luz, verei, que nada disto tem sentido...

Parem de comer, afinal de contas, o que são vocês? Não me respondem? Não me ouvem? Nem sequer me vêm? Eu sei que não... sei que estou só numa câmara abafada, isolada e vazia a transbordar de mentes vagas como zombies à procura de um brilho de ouro falso que não é mais do que um arco-íris que se derrete quando o possuímos. Mas nem este erro vos faz abrir os olhos e a mente? Ainda se destroem e lutam pelo reflexo daquele brilho distante? Mas afinal o que querem vocês? O que quero eu?

Nada mais nada menos
Que centenas, milhares, milhões
De corpos que me aguardam
E ardentemente me desejam.
Observo-os timidamente,
Assemelham-se a bichos pasmos...
E idealizo atrevidamente,
Centenas, milhares, milhões de orgasmos...
Explodem,Lutam,Rasgam-me,Querem-me,Possuem-me,Queimam-me,Usam-me,Devoram-me,Desmembram-me,Amarram-me,Partem-me,Partilham-me,Satisfazem-me,Compem-me,Lambem-me,Beijam-me,Amam-me,Consomem-me,Matam-me...
Agora, não resta nada,
apenas estilhaços de uma confusão carnal consentida e procurada!