
Ele...apenas ele...despido de roupas e palavras...esboçava apenas um sorriso de realização perante aqueles que lhes serviriam a morte numa bandeja dourada.
Eles...tantos eles...munidos de ódio e torturas...sorriam espantados mas confiantes tal insanidade que sua presa apresentava.
Ali...a terra árida, monótona, preparava-se sedentamente para absorver o canal sanguíneo que nela iria fluir muito em breve...
O céu...num azul indiferente, assistia aquele circo de feras desequilibrado e obsceno.
O vento...testava a atenção do demente mártir, amaciava-lhe o cabelo e suspirava-lhe ao ouvido...Aos milhões de legionários era apenas vento que lhes
trespassava as inúteis e grossas armaduras de preconceito.
Finalmente conseguiria enfrentar todos aqueles que o repudiavam...o fracasso é certeiro, mas o pesadelo sempre lhe havia acomodado os sonhos de
rosas vermelhas...
3...
2...
1...
Vermelho...
Ao contrário dos seus sonhos, o bravo lutador não se desfazia de suas tormentas com a facilidade de um beijo...
1...
Seu corpo dilacerado resistia em tons de encarnado...
Sua mente gritava não honrosa à dor mas à serventia dos ideias que ontem lhe carimbaram o amanhã...
2...
A Morte pegava-lhe com custo.
Com custo esperneava violentamente...não o corpo, pois este já não o havia...o sonho...
3...
Com a bravura de um Deus que o não é, havia sumido...já nem o pouco era algo.
A sonho, esse ali estava, eternizado em cada areia meticulosamente tingida pela cor das rosas que outrora o haviam acomodado.
E para sempre a poeira dançou de braço e essência dada com a eterna brisa da utopia.